domingo, 7 de agosto de 2011

Ainda não inventaram


Não inventaram um remédio para curar um coração partido, mas não se cansam de inventar maneiras sádicas de sangrar quem não consegue evitar não sofrer por outro alguém.
Não inventaram um antídoto contra a saudade que invade a alma, mas não se cansam de afastar as pessoas que se amam uma das outras.
Não inventaram uma pílula para prevenir a solidão, a maior doença dos tempos modernos, mas não se cansam de exigir, cobrar, sugar a força das pessoas do bem, colocando-as contra si mesmas.
Não inventaram um xarope para as horas de indecisão que todos mortais têm de enfrentar um dia, mas não se cansam de colocar infinitas opções de como viver e para onde ir, confundindo ainda mais o que já é confuso.
Não inventaram uma cápsula que englobasse a solução para os momentos de nostalgia e depressão, mas insistem em mostrar que existe um mundo cheio de oportunidades lá fora, onde só os fortes sobrevivem e os fracos desfalecem pelo caminho.
Não, não inventaram a fórmula do amor, mas não se enfadam de caracterizar este sentimento como algo passageiro, célere e substituível.
E se ainda não inventaram a solução para o que anda tirando a sanidade e espontaneidade das pessoas é porque vivem presos em falácias de que são felizes quando na verdade não são.
É impossível seguir assim, tratando pessoas como objetos, sentimentos como poeira no vento, amores como brinquedos de lojas de departamentos.
Nunca encontrarão a solução enquanto os olhos estiverem presos em um sucesso que um dia ou outro desmoronará. Não é necessário muito dinheiro ou uma pessoa perfeita ao seu lado para ser feliz, isso é estupidez.
Existe algo que é imutável dentro de cada ser humano, o desejo de amar, ser amado e saber que é. Isso é suficiente, tão suficiente quanto um chocolate quente ou um abraço caloroso nas noites frias de qualquer lugar.
É por isso que falo, encho o peito e grito: não sejam tão previsíveis, o inacreditável é possível. E se não existem medicamentos para curar corações feridos, almas carentes, sonhos destruídos é porque deixam a essência de lado.
A essência é o amor e nada vale a pena se não estiver em consonância com ele. Assim, a humanidade não precisará nem de laboratórios nem homeopatia para seguir em paz e feliz.
Ame e seja feliz. Simples assim.

Por: Natália Brito