sexta-feira, 23 de outubro de 2009

I love you, dad.

Não me culpem por ter esquecido, talvez eu só não quisesse lembrar.
11 anos atrás eu estava na casa da minha avó em Anapolis enquanto minha mãe estava em Goiânia junto com meu pai e alguns parentes. As pessoas andavam preocupadas, de um lado para o outro e eu simplesmente não entendia. A noite eu recebi a noticia. Lembro-me tão bem... eu estava sentada na cama ao lado da minha irmã, e minha tia me disse que meu pai agora estava em um lugar melhor.
Sabe, as perguntas não pararam de rondar minha cabeça. Coisas do tipo, "por que teve que ser o MEU pai?"
As pessoas então passaram a me criticar, me dizendo que eu estava grandinha demais pra continuar chorando. Meus amigos não me consolaram, minha familia me dizia que eu tinha que aceitar. Aceitar? Como assim?
Acho q ninguém nunca me entendeu e as vezes tenho a sensação que meu pai me entenderia.
Ele não me viu crescer. Ele não me viu ficar moça. Ele não viu os prêmios que ganhei. Ele não estava aqui.
Não porque ele não queria, ele não pôde!
Bem que eu poderia estar fazendo outras coisas, estudando seria o correto, mas não consigo, é mais forte que eu. Imaginem isso, chorar sem poder se impedir.
Na verdade nem eu entendo porque estou assim... Vivi tão pouco com ele, tenho tão poucas lembranças. Porém, as poucas que tenho, me mostram que eu precisava dele aqui, comigo.
Não sei se me culpariam pela morte dele também...
A garotinha loirinha, dos olhos grandes não teve oportundiade de amar seu pai por muito tempo.
Tenho saudade. Tanta saudade. Saudade que dói, machuca. Uma sensação de que se ele estivesse aqui tudo seria diferente.
Tenho certeza, ninguém nunca vai entender.
E é por isso que tenho que me contentar em chorar sozinha e falar comigo somente.
Espero que a dor um dia passe, mas sua imagem na minha mente, não quero que passe nunca.
Eu te amo, pai.

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